Nombre: Vanda Lúcia da Costa Salles
Lugar de nacimiento: Italva, RJ, Brasil
Residencia actual: Alcantara, Rio de Janeiro, Brasil
Miembro desde: 08/05/2014


Poemas incluidos en esta página:        
      
                 - AQUELE HOMEM DO PENSAR.
         - 
PAISAGENS DA JANELA.
             - SOB A CHUVA.
             - QUANDO O SILÊNCIO, MÚSICA QUE É, GRITA RASGADO.
     - CANÇÃO NATIVA.
PEQUENA LÁGRIMA.
QUANDO UMA AMIGA PASSEIA EM SANT-MALO
INEXPLICÁVEL AMOR.
CANTIGAS PARA A MULHER DO SÉCULO XXI.
AROMA NOS ESPINHOS.
IUS (OU DA CANTIGA DA SENHORA DE MIM II).
-
 
NÚNCIA POÉTICA.
DE (S) GRAÇA.
CHARME.
DOS FILHOS MEUS.
-  .
- .
- .

 


 
     AQUELE HOMEM DO PENSAR

Naquele instante em que deslizam nas águas, 
barco e homem estacam-se
Face a face
E o mar escandalosamente geme seus sons
 
 
 
 
     PAISAGENS DA JANELA

Imagens tão súbitas no imediato cotidiano inédito pelo burburinho das gentes improváveis e desmedidamente insanas da poética que a mim alucina...
 
 
 

SOB A CHUVA

Rola-se pérolas gotas outonais/madrigais
Divinamente como crianças pétalas criando sons nas poças d'águas aos pés do dia que se abre gris
Me olhas e sorris assim a dizer desse seu jeito todo próprio de ser
Pessoinha ímpar
No meu ser cabe tudo o quê se quer guardar até a linda imagem desse teu chapéu e a alegria de caminhar ao lado teu invade essas coisas inexatas
Não imediatas como o risco dos teus lábios nos meus permanecerem amor feito cicatrizes
 
 
 
 
    QUANDO O SILÊNCIO, MÚSICA QUE É, GRITA RASGADO
 
    Não é necessário palavras... Quando o silêncio, música que é, grita rasgado
    e nossos corpos, uno, pele a pele
    Bailam.
 
 
 
 
CANÇÃO NATIVA
 
Nas ruas da vida
uma mulher caminha suas dores
entre homens de pedra
Tão-só, mas tão só
que uma estrela cadente atravessa
o espaço em tempo.
No tempo
a fantasia pendurada desmascara
a face da quintessência
no alpendre de uma casa antiga
De súbito
uma criança rasga o ventre da tarde
cantando utopias...
 
Ah, Senhores!   O que seria de nós se não fosse a poesia?
 
 
                        
 
PEQUENA LÁGRIMA
 
Eram três a escutar: Silence, Sweet Sorry e But not for me
E uma pequena lágrima jazia...
Na sutileza do escorrer audacioso da vida
 
No tapete da sala abandonados três carrinhos coloridos
de menininho que sonha ser, talvez, piloto de corrida
Uns olhos sorridentes,
cheinhos de vida entenderam o significado do caminho
e o esparramo dos maracujás,
quando,
num repente abismal,
a panela de pressão apitou
 
Desteceu-se o encanto
Tanto feijão no prato! – disse-lhe o Pedro
 
E ela ainda a ver navios... No insofistimável instante
                                                                     em que Sarah Vaughan entrou!
 
 
     
 
QUANDO UMA AMIGA PASSEIA EM SANT-MALO
 
                                     À Chantal Foucault
 
1
 
A poesia canta
Surpresa
A alma delira:
Uma gaivota pequena repousa sobre a cabeça
                                                                      de uma grande escritor
(a vida explode vivacidade)
Chateaubriand!   Chateaubriand!
 
 
2
 
A sede é grande:
Como viver sem poesia?
 
 
3
 
Se
na imensidão de um pôr de sol
memórias brotam
nas pedras de granito cinza
Esta jóia medieval
Jornais são lidos
As crianças brincam
no Labirinto do Corsário
(o caminho é feito)
no Museu de História da Cidade
(um voo na imaginação)
Sem olhar fatigado
Nos abraços pernas e tumultos
o burburinho do dia: contém
Nas toras de madeira
o ímpeto das ondas... Chantal passeia com seu sorriso todo seu.
 
 
 
 
 
INEXPLICÁVEL AMOR
 
Nas fendas de um penedo, a flor reluzia
Íngreme acesso aos pés
da que sonhava tê-la.
 
Inexplicável amor,
cujas pétalas suavizam os instantes
em almas,
inebriadas de bem-te-vis
 
Loucura breve,
entre mãos que untam
no talo
os espinhosos lenhos
 
E sem consumo
ou espetáculo, apenas
busca
o irredutível sonho.
 
 
 
 
CANTIGAS PARA A MULHER DO SÉCULO XXI
 
Convidei Violeta Parra
para vir cantar aqui
Ela respondeu-me
assim
com a viola enfeitadinha de fitas
“embora lá!”
“embora lá!”
“embora lá!”
“Que a América vai despertar!”
 
Abriu-me a roda
Gonçalves Dias,
Num sorriso todo prosa
Braços dados Cecília Meireles
Num compasso agarradinho
De musa
Que usa
O infinito pra tecer
Um buquê
(pra Rose Muraro)
Vitória já se vê
 
Capim limão
Alecrim
Violetas
Orquídeas mil
Nesse meu Brasil de fé
Nesse meu país de pé
Carolayne bem dizia
Nessa pós-modernidade
Cabe o Museu da Educação
 
“embora lá!”
“embora lá!”
“embora lá!”
“Que o Brasil vai acompanhar!”
 
 
Adentramos nesse ônibus
Da UFAM
Que nos levou em utopias
Sem solidão
São Luís
Caxias
Guimarães
Viagens
Poéticas
Éticas
Estética
Com MIL POEMAS PARA GONÇALVES DIAS
 
Falou-nos a Dilercy
Irany
Jati
Stela
Janete
Paullete
Grizoste
Macratão
Joseane
Paulão
Clores
Cultura Latina
Feliciano
Jussara
Ivonete
Reitoria
Deusa
Erlinda
Chyntia
Indio Tupi
Guarani
Kayová
Michelle
Milena
Angélica
Malu
Maria Cícera
Também Aline
Josinei
Sandro
 
Idê
Nierdele
Lula
Ceres
Calandra
Amanda
Amantes
Poetas
Entre tantos outros mil
Além de você
Você bem sabe
Meu bem querer
 
“embora lá!”
“embora lá!”
“embora lá!”
“Que a América vai despertar!”
 
Convidei também outras amigas
Paridas
Em glória
Marina de Moraes Sarmento
Cimento
Da História
E se fez nós a Menina Coragem,
Malala
Que mudanças projetou
Na vida
Na Educação
De  Marias
Amélias
Clarices
Irmá, bom dia! - disse
Uma caneta
Um livro
Nas mãos
Futuro se fará
Verás,
Um filho teu não foge a luta!
O universo profetizou
Onde houver um professor/Aqui
Ali
Vitória, já!
 
“embora lá!”
“embora lá!”
“embora lá!”
“Que a Vitória já chegou!”
 
E nessa roda tão promessa
Um sabiá assim cantou
De Portugal
De Goa
Do Timor
Loas
E d’África
Mia
Philo
Vera
E em França: Filomena Embalô
 
Ò meu amor
Ó meu amor
Ó meu amor
Ka ficá comigo
Ka ficá comigo
Ka ficá comigo
 
Escrevo e leio
Em teu corpo
Sem pudor
Além das cicatrizes
“embora lá!”
“embora lá!”
“embora lá!”
 
 
 
 
 
AROMA NOS ESPINHOS        
                                                                                                                             À MALALA YOUSAFZAI
                                                                     
                                                           “Eu deixo aroma até nos meus espinhos,
                                                             ao longe, o vento vai falando de mim”.
                                                                                                                                                                                          Cecilia Meireles                                                                                         
 
Com esta língua do Lácio, enlaço
o tempo e a vida, o coração e o pinho
e a Esperança de crer na possibilidade  
de ter aroma nos espinhos!       
Ó menina coragem!                  
Cante cigarra o direito à educação!
O instante existe e é preciso cantar
Cantar como louca se faz preciso 
Porque há uma lágrima em meu poema
que chora por sobre os livros. Agora,
cante coração de poeta do lado oposto das normas!
Minh’alma em festa beija-te a face... Ó criança amada!
E rodopia faceira
nesse dia em que as mulheres tecem cirandas-palavras
e exercitam seus pulos para além do abismo, amém
Se Educação incomoda as feras
o instante existe e eu canto também
Ó irmã de minha utopia!  Saiba, o tempo age!
Na comunhão das línguas: esse canto cigarra tange a mesma linguagem
Vamos cantar cigarras o direito à Educação!
 
 
 
 
 
IUS   (OU DA CANTIGA DA SENHORA DE MIM  II)
                     “Direito é a concretização da ideia de justiça na pluridiversidade
          de seu dever histórico, tendo a pessoa como fonte de todos os valores.”
                                                                                                                                                                                                         Miguel Reale
Na vida.
Esteio,
A Liberdade ecoou. Falou-nos
O princípio fundamental entre nós, em nós, para nós.
É a vida
E a dignidade humana, Ética, Estética,
Conforme reza a Carta Magma de nosso país, além
Da Declaração dos Homens e Dos Direitos Humanos... A Liberdade, diz!
 
Ius,
Ius,
Ius.
 
O povo clama  nas ruas e em toda parte do mundo.
Do mundo.
Na Terra necessitam-se Os Direitos Humanos
Não,
Não são profanos. Lema: o Fato, a Norma, o Valor.
 
Uma certeza de fé:
Esperança construída entre homens e mulheres de boa vontade
E fortaleza.
Nobreza,
No recôndito de cada ser.
Porque à hora é essa!
 
Ius,
Ius,
Ius.
Senhora de mim
Senhora de mim
Senhora de mim
Ius, és,  Senhora de mim!
 
Ah!  Eu vi  nascer
Caminhar entre nós
A chama, o Amor, a Poesia e Canção.
Na forma:
Patrícia Acioli, juíza
Mulher, Senhora também
Do Século XXI
 
Senhora de mim
Senhora de mim
Senhora de mim
Ius, és, Senhora de mim!
 
Pois é, se não fora profícua.
Lutara pela Constitucionalização do Direito
E o quis de jeito
Tão singular de ser,
O Estado Democrático de Direito,
Como reza o artigo primeiro da Constituição Federal do Brasil.
 
Posto que,
“Não forjarás o mal tendo por pretexto uma lei”, dizia ela.
Mas também cantou “o divino poeta”:
“Jus est realis  ac personalis hominis and hominen proportio,
quae servata  servat  societatem; corrupta, corrumpit”
 
Senhora de mim
Senhora de mim
Senhora de mim
Ius és!
 
 
 
 
 
     NÚNCIA POÉTICA
                                               Para todos os amigos Gonçalvinos

Do caos
essa núncia poética buquê
requer diálogo com o mistério do mundo.

Da cosmovisão
se a flor, a folha úmida, as borboletas 
e o livro aberto.

De/vês restasse o som
e na possibilidade da mão
a escrita como capim verde.

Na folha úmida, larvas
pintassilgos, canário-belgas e ararajubas
uma rã coaxa a graça de um alecrim
e um ai em mim estala.

Só a poesia busca a delicada semente em um amante peito, creio
o cheiro da terra molhada espalha-se
em chuva olho-de-gato azul.

No ar o infinito no céu de sua língua
preserva-se semente brota a evidência
do que é humano e falho.

Anseio no ser (d) escrever o valo de estrelas
na menina do olho n’água escorre
essa Luz/Conhecimento
da energia concentrada e de um miosótis
vale a pergunta que inunda o fruto aberto.

Se somente sabemos o que aprendemos no despertar...
Se Literatura pura não há...
O que há é um coexistencialismo estético
que co(n)vida a vida ao livre pensar.

Será que uma compreensão, um toque
que toque nos reflexos
mudaria o ato de pensar?
 
 
 
 
 
     DE (S) GRAÇA

Um S.O.S
conta a mina
sobre o impacto ambiental
instou-se o alarme geral
fogem/correm
aves peixes e tartarugas
senão morrem
um borrelho-de-coleira-interrompida pia
patina o pelicano-marrom e pato-da-Flórida grita
o pelicano alucinou e trisna em dor
a pérola negra no mar abocanha, sem graça. De(s)graça pouca, a louca
da garça-de-garganta-vermelha afunda pedra
no óleo uma andorinha-do-mar-real se contamina
há entrega, entre humanos mudos e sujos e deteriorados,
algas e plâncton deter (minam)
o impacto ambiental...
um S.O.S algoz
Silen (Cia) :
nem
mais
um
pio

!
 
 
 
 
 
    CHARME

Rola na orla olhar marola
molha a trilha enguias faceiras barcos veleiros fragatas tantas
meiguices sereias entoam seus cânticos
enquanto degustamos saborosos pequis
 
 
 
 
 
     DOS FILHOS MEUS

Para além do toque dos dedos,
dactilo-me a fim de mim mesma, informo a coisa que forma em forma desses filhos meus tão simples e inúteis a alguns, no arreganho dos dentes amargos de sonhos
Que não cabe no peito meu a dor e o amargo do dia, a não ser a alegria de saber da esperança beijar com sabor e doçura plena essa pele que cobre a delicadeza de sua utopia 
 
 
 
 

webmaster: soydelfrater@hotmail.com